3.0. Dimensionamento de reforço de fundações
Os conceitos básicos são praticamente os mesmos apresentados por Giroud e Noiray (1981).
Conforme a EBGEO (DGGT, 1997), as fundações reforçadas com geossintéticos têm a con guração apresentada na Figura 94.
A EBGEO (DGGT, 1997) recomenda que sejam efetuadas as seguintes veri cações de estados-limite:
Estabilidade externa
Essa verificação é realizada pelo método convencional, tomando-se como superfície de apoio a base da camada de solo reforçado.
Estabilidade interna
Essa verificação inclui a ruptura da camada de reforço.
A norma alemã DIN V 4017-100 apresenta um roteiro de cálculo para a capacidade de carga de uma fundação reforçada com geossintético. As recomendações
EBGEO apresentam uma forma de acrescentar a parcela resistente à capacidade
de carga da fundação, devido à inclusão do reforço geossintético.
O princípio do método de cálculo é o do equilíbrio de cunhas, bastante simpli cado e mostrado na Figura 94. O acréscimo de carga proporcionado pela inclusão das camadas de geossintéticos é dado por:
A capacidade de carga nal da sapata será:
A força de arrancamento atuante em cada uma das camadas de geossintético é calculada por:
O espaçamento entre as camadas de geossintético deve obedecer às relações:
A largura total dos reforços geossintéticos deve obedecer a relação:
A profundidade total da camada reforçada, tp, é calculada como:
Essa sequência de cálculo deve ser utilizada em conjunto com a norma alemã DIN V 4017-100 para o cálculo da capacidade de carga de fundações apoiadas em camadas de solo reforçado, sobrepostas a camadas de baixa capacidade de suporte. Por essa razão, sua aplicação não é recomendada em projetos gerais de fundação direta, devendo ser utilizada somente nos casos muito especí cos e bem de nidos.
Para dimensionamento de fundação com reforço geossintético, Vertematti, 2004 recomendam o seguinte roteiro:
a) Capacidade de carga
Utilizar o método do equilíbrio-limite considerando os reforços, quanto à sua resistência à tração e rigidez, e sua resistência ao arrancamento.
b) Recalques
Utilizar métodos de cálculo convencionais, como, por exemplo, a Teoria da Elasticidade.
Como as camadas de solo reforçado de fundações diretas são pouco espessas em relação ao solo mole sotoposto, as veri cações de recalques podem se restringir à camada inferior de solo mole, devendo-se somente avaliar a distribuição de tensões no topo da camada de solo mole.